Críticas

Crítica 2 | Águas Rasas

Toda vez que um projeto cinematográfico se propõe a, em um ambiente restrito e um único personagem, montar uma história e sustenta-la por 1h40, temos que tirar o chapéu. Águas Rasas não é nenhum Náufrago (Cast Away), referência desse gênero, mas sai muito bem no quesito adrenalina.

Sempre construindo a tensão de maneira eficiente, a fita traz uma estudante de medicina interpretada pela belíssima Blake Lively. Em um momento de reavaliar sua vida após a perda de um ente querido, a gata surfista decide pegar ondas na praia do México em que sua mãe descobriu que estava grávida dela em 1991. Um paraíso deserto e particular para poucos surfistas que visitam a área.

O inicio da trama monta todo o arco dramático entre Nancy (Lively) e sua família via Facetime. A linguagem aqui é bem moderna, o diretor opta por transformar a tela de cinema em uma tela de smartphone. Dessa forma, acabamos tendo a perspectiva de Nancy ao passear por fotos deslizando seus dedos na tela ou falando com sua irmã no Texas.

Enquanto os filmes típicos do gênero sempre colocam uma personagem estúpida e despreparada para enfrentar a provação que pode custar sua vida, aqui Nancy é uma pessoa altamente qualificada para passar por apuros no mar. Providencialmente é médica, o que já lhe garante boa parte de know how para sobreviver em cima de um recife no meio do mar.

Para curtir o visual paradisíaco, a estudante decide ficar até quase o anoitecer e pegar ondas radicais. No entanto, a ameaça aparece quando ela menos espera, um tubarão gigantesco decide assumir a missão de devorá-la a todo custo. A partir daí acompanhamos todos os truques da garota para despistar a fera e tentar se salvar.

Sem dúvida o filme tem tomadas belíssimas da praia escolhida como locação, bem como um tubarão digital bastante crível, mas é de Blake Lively todo mérito da fita funcionar. Ela não é uma garota frágil, sabe se virar, é prática e busca soluções de maneira esperta, ao contrário das protagonistas de filme de terror, por exemplo, que decidem passear no parque a meia noite com um assassino a solta.

Blake pode se quebrar ou morrer pra sair daquele mar, mas ela segura as pontas por 86 minutos sem entediar ou irritar o espectador. O que já é um grande feito.

O diretor espanhol, Jaume Collet-Serra, já fez coisas horrorosas como o remake de A Casa de Cera com Paris Hilton, mas já acertou também em filmes razoáveis com Liam Nesson e sua faceta kick ass. Aqui acha um meio termo para sua fita de ação/terror que acaba funcionando.

O tubarão aqui é resiliente e a gata também, é uma queda de braço e tanto! Para uma ida despretensiosa ao cinema, não deixa de ser uma boa escolha dentre as opções fracas do momento.

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