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Vingadores: Ultimato, Game of Thrones e como dizer adeus à personagens queridos

Audiências do mundo inteiro estão se emocionando com o fim de dois gigantes da cultura pop: Vingadores e Game of Thrones.

Há quase um mês, estreou Vingadores: Ultimato, o desfecho de mais de uma década de história do MCU nas telonas. O filme está prestes a se tornar a maior bilheteria de todos os tempos, e emocionou fãs do mundo inteiro com um final satisfatório para a saga de Thanos.

Game of Thrones exibiu seu último episódio no último domingo (19). O final da série desagradou muitos fãs, descontentes com o rumo do enredo e o destino de alguns personagens.

Gostando ou não, temos que reconhecer a importância de Vingadores e Game of Thrones no cenário cultural atual.

A reação dos fãs das duas produções mostra algo que a psicologia já sabia há muito tempo: é extremamente difícil se despedir de personagens queridos.

Criando conexões

Enquanto muitos fãs debatem detalhes dos enredos desses dois gigantes da cultura pop, é nossa conexão emocional com os personagens que nos deixa tão investidos na história. Tony Stark, Steve Rogers, Daenerys Targaryen e Arya Stark participaram das nossas vida por anos. Depois desse tempo todo, sentimos uma espécie de conexão com eles.

Essas conexões são o que cientistas chamam de relacionamentos parasociais. Psicólogos já provaram que, mesmo que os relacionamentos parasociais não contem com reciprocidade, em várias maneiras eles são como nossas relações com pessoas reais.

Assim como relacionamentos da vida real, a nossa relação com os personagens do MCU e Game of Thrones foi construída com o tempo. Alguns simpatizaram com personagens de cara. Outros, demoraram para se ligar realmente a alguém. Alguns personagens, morreram sem fãs. Quando alguém gosta de um personagem, cada vez que ele aparece na tela representa uma parte do relacionamento.

Pode parecer estranho desenvolver uma relação com um personagem fictício, mas seres humanos são animais sociais. Nós somos condicionados a criar relacionamentos quando somos apresentados a outros indivíduos, não importando se esses indivíduos são reais ou não.

Parte da explicação para a maneira que vemos os personagens do MCU e Game of Thrones está na própria estrutura das produções. Em uma década, o público pôde ver os personagens em seus momentos mais tristes e vulneráveis. Como resultado, há aspectos dos personagens que não sabemos nem sobre pessoas que convivemos na vida real.

O conhecimento nos dá uma certa intimidade instantânea com os personagens. É a razão pela qual gostamos das histórias. Genuinamente nos importamos com os destinos de pessoas que não são reais.

Términos são difíceis

O que acontece quando tudo acaba? É isso que os fãs de Game of Thrones e Vingadores querem saber. Assim como qualquer perda, mortes de personagens e desfechos de histórias demorarão para ser processadas por fãs.

Essa característica humana tem bases na ciência social. Estudos provam que quando experimentamos um rompimento em um relacionamento parasocial, os sentimentos são bem semelhantes aos de uma perda na vida real. A trajetória emocional e a tristeza são basicamente as mesmas, só que com menos intensidade.

Todos queremos que nossos personagens favoritos tenham um bom desfecho. Isso é algo que esperamos para nós e para as pessoas que amamos na vida real. Como disse Tony Stark, “parte da jornada é seu fim”. Isso é verdade para todos nós, e também para nossos personagens queridos.

Dessa forma, sem avaliar o mérito do enredo da última temporada de Game of Thrones, é possível se emocionar de maneira genuína com a despedida de personagens que marcaram, para muitos, uma fase inteira de suas vidas.

E ninguém precisa ficar com vergonha.

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