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Como a Marvel vai salvar o Mandarim com Shang-Chi

Pergunte a 10 fãs da Marvel sobre qual é a maior frustração com a série de filmes do MCU, e tenho certeza que pelo menos uns 8 deles falariam que foi o Mandarim. O arqui-inimigo do Homem de Ferro foi anunciado como o grande vilão do terceiro filme solo do herói de Robert Downey Jr., sendo interpretado pelo premiado ator Ben Kingsley. 

O resultado foi decepcionante quando descobrimos que o vilão, trocado de um fu man Chu para um terrorist árabe, era apenas uma jogada de marketing do real antagonista do longa, o Aldrich Killian de Guy Pearce. Teria sido até interessante, se o personagem de Pearce não surgisse com um visual ridículo cuspidor de fogo ao se anunciar como o verdadeiro Mandarim. Uma grande bagunça, e que os fãs realmente não perdoaram. Há até mesmo uma piada no curta “Todos Saúdam o Rei”, que mostra o impostor de Kingsley na prisão, onde descobrimos que há de fato um “Mandarim verdadeiro” no MCU, e que não está nada satisfeito com tudo o que foi feito em seu nome.

É aí que Shang-Chi entra na equação. Durante o painel da Marvel Studios na San Diego Comic-Con, tivemos o anúncio de que o filme lidará diretamente com o Mandarim, e em sua “versão verdadeira”, como promete o presidente do estúdio, Kevin Feige. A começar pelo título do filme, que traz o extenso Shang-Chi and the Legenda of the Ten Rings (algo como Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis em tradução literal), fazendo menção ao grupo que o vilão lidera nos quadrinhos – e que apareceu no primeiro Homem de Ferro, tendo relação com o sequestro de Tony Stark no Afeganistão.

O verdadeiro Mandarim

O anúncio do filme também revelou que Tony Leung interpretará o Mandarim no MCU, e isso já se mostra mais correto pro respeitar a etnia original do personagem. Afinal, ainda que alguns casos sejam completamente válidos de se trocar etnias, é curioso ver um personagem com o nome Mandarim não ser chinês. É o caso de um vilão que se mostra mais apropriado para um super-herói chinês, até por se desviar do estereótipo típico da época em que o personagem foi criado.

Aliás, há uma versão dos quadrinhos que pode ser bem interessante e até uma inspiração para o filme de Dustin Daniel Cretton. Em Guerras Secretas, o Mandarim é o líder de K’un Lun, local onde o Doutor Estranho encontrou a Anciã e iniciou o treinamento. Mas não só isso, nesse mesmo arco ele também é pai do próprio Shang-Chi. Caso a adaptação do MCU vá por esse caminho, poderemos ter um belo drama de pai vs filho, como Guardiões da Galáxia Vol. 2 fez com Senhor das Estrelas e Ego ou até almejar para um resultado a lá Luke Skywalker e Darth Vader em Star Wars.

É a oportunidade também para que vejamos todo o potencial do Mandarim como vilão nas telas. Nos quadrinhos, ele usa os 10 Anéis de sua organização para uma série de poderes mágicos, e como o MCU está bem mais à vontade com magia graças à introdução do Doutor Estranho, não existe a necessidade de “privar” o personagem desses elementos mais fantasiosos. Na melhor das hipóteses, esse Shang-Chi pode ser uma mistura dos clássicos de Bruce Lee com Os Aventureiros do Bairro Proibido, de John Carpenter.

Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings estreia nos cinemas em 12 de fevereiro de 2021.

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