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Consertamos Game of Thrones: veja como o final de Daenerys poderia ter sido melhor

Uma das partes mais polêmicas da temporada final de Game of Thrones foi o arco de Daenerys Targaryen. A transformação da então “heroína” em Rainha Louca foi vista por muitos como forçada e não condizente com a personalidade da monarca.

E esse foi apenas um dos problemas da temporada final de Game of Thrones. Os últimos episódios da série foram marcado por um desenvolvimento acelerado de personagens e tramas, que anulou grandes acontecimentos da série e maculou o legado de uma das produções televisivas mais influentes de todos os tempos.

Mas afinal de contas, como o arco de Daenerys poderia ter terminado melhor em Game of Thrones? O site Screen Rant propôs um cenário interessante; confira abaixo!

O problema da Rainha Louca

É fácil imaginar Daenerys perdendo a cabeça, mas Game of Thrones não se preocupa em apresentar evidências suficientes para justificar a reviravolta. No início da série, Daenerys era uma refugiada política, filha de um Rei deposto e obrigada a vagar por terras além de Westeros.

O pai de Dany era Aerys III, o Rei Louco. Os problemas mentais do personagem podem ter sido resultado de gerações de procriação consanguínea, uma tradição entre os Targaryen. Em Westeros, um famoso ditado popular diz “Quando um Targaryen nasce, os Deuses jogam uma moeda”, o que significa que os Reis da dinastia tinham grande potencial tanto para o bem quanto para o mal.

As circunstâncias de Daenerys não são culpa da personagem. Ela era apenas uma criança durante a Rebelião de Robert, e sofreu com o trauma de ser deixada praticamente sozinha em uma terra distante. O público simpatiza com a personagem desde o início, principalmente por tudo que Dany sofre nas mãos de seu irmão Viserys e no início de seu casamento com Khal Drogo.

Tempos depois, Daenerys mostra o primeiro sinal de sua instabilidade mental ao crucificar os mestres de Meereen, mesmo que os escravagistas tenham merecido a punição. O momento foi visto mais como um ato heroico do que uma expressão de violência.

Daenerys mostra grande força como líder, traçando linhas sobre o que pode e o que não pode fazer. As decisões da personagem começam a ser tornar menos pragmáticas e mais emocionais nas temporadas finais da série, quando Dany finalmente chega em Westeros.

Entre esses momentos, o mais importante é a execução de Randyll e Dickon Tarly, mortos pelo fogo de Drogon após a tomada de Highgarden.

Daenerys na temporada final

Os episódios da temporada final de Game of Thrones tentam convencer o público que o relacionamento com Jon Snow e as mortes de Jorah Mormont e Missandei desempenharam um papel essencial na descida de Daenerys à loucura.

Como disse Meistre Aemon na quinta temporada: “Um Targaryen sozinho no mundo é algo terrível”.

O desequilíbrio da personagem é comprovado mais uma vez pela execução de um dos personagens mais importantes da série: Varys.

O problema é que a série não explora completamente o estado mental da personagem e sua evolução ao posto de Rainha Louca. A oitava temporada conta uma com uma performance mais expressiva e emocional de Emilia Clarke, mas nem a melhor atuação pode compensar um roteiro fraco.

Finalmente, Daenerys se converte finalmente na versão feminina de seu pai ao queimar King’s Landing, algo que Aerys queria fazer antes de ser impedido (e morto) por Jaime Lannister.

Cenas deletadas

No mês passado, os roteiros da temporada final de Game of Thrones foram disponibilizados em Los Angeles. Os textos revelaram várias cenas que não fizeram parte da versão final do desfecho de Game of Thrones.

Algumas das cenas explicariam melhor a progressão da loucura de Daenerys.

A primeira e mais importante aconteceria no quarto episódio, “The Last of the Starks”. Após a derrota do Rei da Noite e seu exército, todos comemoram em Winterfell. Na cena deletada, Verme Cinzento e Missandei flertam, o que é presenciado por Daenerys. Em outra cena, Missandei finge estar se sentindo mal para escapar da festa e se juntar ao Verme Cinzento.

Com esses momentos, as cenas de Dany que fizeram parte da temporada final seriam mais impactantes, principalmente o momento em que ela descobre a verdadeira identidade de Jon Snow e rejeita o personagem. Ver Dany sozinha, presenciando o amor entre dois de seus aliados mais próximos, traria um grande significado de solidão e perda. A morte de Missandei, dessa forma, teria ainda mais impacto na psique da personagem.

A cena final não tem diálogo, mas conta com um momento interessante na história de Daenerys. Ao sobrevoar Porto Real com Drogon, ela vê um estandarte dos Lannister e se enfurece com “o símbolo de tudo que foi tirado dela”, o que provoca sua explosão de fúria e violência.

Arco apressado

Mesmo se essas cenas tivessem sido incorporadas, o arco de Daenerys continuaria deficiente. A personagem foi alguém racional, forte e generosa por sete temporadas e meia. No final, simplesmente não havia tempo para transformar uma heroína em vilã monstruosa.

O arco da Rainha Louca é mais um exemplo da péssima decisão de Benioff e Weiss, que resolveram acelerar em demasiado a trama de Game of Thrones nas temporadas finais.

A temporada final de Game of Thrones não acelerou apenas o arco de Daenerys, mas também encontrou finais anti-climáticos para as tramas de Cersei e dos Caminhantes Brancos.

Agora, a esperança dos fãs é que o final de Daenerys seja melhor desenvolvido nos livros das Crônicas do Gelo e Fogo.

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