Críticas

Crítica | Cake - Uma razão para viver

Ofuscado pelo marketing em volta da atuação de Jennifer Aniston, Cake – Uma razão para viver finalmente estréia no Brasil. Para quem não sabe, no período pré Oscar houve bastante burburinho para uma possível indicação a categoria de melhor atriz que acabou não se concretizando. Cake acabou se resumindo ao filme que quase garantiu uma indicação a Aniston.

Fora a performance correta de Jennifer, Cake acaba não se sustentando ao longo da projeção, seja pelo roteiro fraco de Patrick Tobin ou pela direção nada inspirada de Daniel Barnz.
Na história, Claire Bennet (Jennifer Aniston), uma mulher cheia de traumas e literalmente engessada por dores do passado, passa a criar uma obsessão por uma ex-companheira de grupo de terapia que se suicidou. Interessada nos motivos que levaram Nina Collins (Anna Kendrick) a se matar, se aproxima do viúvo (Sam Worthington) e de seu filho que estão completamente desamparados emocionalmente.

O mérito do filme está em não sabermos de pronto o que levou Claire a ter uma vida tão sofrida (a base de analgésicos e antidepressivos) e conturbada mesmo tendo um bom padrão de vida. Como um cake (bolo) a graça está nas camadas que a história vai aos poucos desvendando aos espectadores. No entanto, no meio do caminho, a perda do interesse acaba ficando latente e o roteiro torna-se arrastado e de difícil assimilação. O bolo se torna indigesto.

Com cenas escuras para representar o cenário opressivo que a personagem vive, o único “respiro” do filme é garantido pela simpática atuação de Adriana Barraza que interpreta a empregada mexicana de Claire. Barraza traz uma interação interessante com a protagonista e cheia de nuances que acaba garantindo os melhores momentos da projeção.

Apesar do elenco estelar, quem passa a maior parte do tempo na tela é de fato Aniston, que cada vez mais torna-se uma atriz aplicada e demonstra que consegue sair da zona de conforto das comédias em que atua. Porém, é cedo para colocar nas costas da atriz um papel de tamanha densidade dramática. Ela da conta do recado, mas faz uma standard performance.

Filmes sobre dramas pessoais já foram melhor executados. Assista se estiver com espírito para dramas pesados e deprimentes. Este daqui é prato cheio…

Obs. Atenção para a bela cena final do filme, que com um simples gesto dentro do carro passa uma bela mensagem (cheia de significados) sobre o futuro daquela mulher sem o uso de nenhuma palavra.

Duas Estrelas

 

Por Marcello Azolino
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