Críticas

Crítica | Minha Querida Dama

Dama do Império Britânico (o equivalente feminino ao título de Sir), Maggie Smith é a prova de que, para uma boa atriz, envelhecer não necessariamente implica na perda da majestade no show business. Pelo contrário. Aos 80 anos, a professora Minerva de Harry Potter e Condessa Grantham da série de TV Downton Abbey, continua bastante ativa em sua carreira, e é o personagem-título de Minha Querida Dama, que estreou nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros.

Dirigido pelo norte-americano Israel Horovitz, que adaptou sua peça homônima para a telona, o filme traz ainda no elenco Kevin Kline (Será que Ele É) e Kristin Scott Thomas (O Paciente Inglês). Misto de comédia e drama, o filme tem Paris como cenário principal – o que, aliás, ajuda a tornar sua premissa, um tanto absurda, muito mais crível.

No longa, Kline interpreta o americano Mathias Gold, que chega a Paris para vender um apartamento deixado pelo falecido pai – com quem mantinha uma relação conflituosa. Ele logo descobre, no entanto, que a herança está mais para presente de grego. No imóvel, vivem a professora de inglês aposentada Mathilde Girard (Maggie Smith) e sua filha, Chloé (Kristin Scott Thomas).

Aparentemente, o pai de Mathias adquiriu o apartamento em um complicado acordo chamado vianger, que permite à senhora Girard continuar vivendo no local até a sua morte. Para piorar a situação, a idosa – no auge de seus 90 anos – goza de ótima saúde e não tem nenhuma pressa para morrer.

Aos poucos, Mathias começa a descobrir a história por trás desse insensato acordo, enquanto confronta os fantasmas de seu passado e começa a se interessar pela também complicada Chloé. É então que a produção, que parecia ser meio água com açúcar, ganha densidade e drama. A partir da segunda metade, o longa adaptado do teatro fica mais parecido com uma peça, com diálogos dinâmicos e mais complexos.

Com Paris como pano de fundo, e as usuais referências à cidade – que é uma das preferidas do cinema – o filme ainda conta com uma simpática participação do ator francês Dominique Pinon, de produções como Delicatessen (1991) e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). 

A súbita mudança nos rumos da história pode assustar aos desavisados que esperavam uma simples comédia, mas também confere uma complexidade que deixa o longa mais intenso.

Apesar do roteiro um pouco irregular, Minha Querida Dama traz uma trama melhor que sua premissa.

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