Críticas

Crítica | Exorcistas do Vaticano

Infelizmente, Exorcistas do Vaticano é mais um filme de terror com uma ótima premissa – uma coleção de vídeos de exorcismos desde o inicio do século XX, um caso de possessão demoníaca atual e a vinda do anticristo a Terra – mas cuja execução foi mal feita. Tanto o roteiro quanto a filmagem acabaram estragado o que poderia ter sido um bom filme de terror.

Uma doce e meiga jovem chamada Angela Holmes (Olivia Taylor Dudley, dos filmes Transcendence: A Revolução e Chernobyl: Sinta a Radiação) acaba se machucando ao cortar o seu bolo de aniversário. A partir deste incidente insignificante em sua vida, Angela começa a ter comportamentos estranhos e começa a acontecer episódios bizarros em seu dia a dia e com as pessoas a sua volta.

O pai dela Roger Holmes (Dougray Scott, dos filmes Sete Dias com Marilyn e Busca Implacável 3) e o namorado Pete (John Patrick Amedori, de Timer – Contagem Regressiva Para o Amor) tentam entender o que está acontecendo com ela. Desta forma, eles acabam conhecendo o Padre Lozano (Michael Peña, dos filmes Homem-Formiga e Corações de Ferro) que acha que pode ser mais que um simples caso de problema psiquiátrico.

Os filmes de vigilância dos locais pelos quais ela passou acabam indo parar na mão de dois cardeais do Vaticano especializados em procurar evidências da vinda do anticristo a Terra. O Cardeal Vicar Imani (Djimon Hounsou, dos filmes Diamante de Sangue e Amistad) e o Cardeal Bruun (Peter Andersson, do sueco Os Homens que Não Amavam as Mulheres). Este pede para o amigo ficar no Vaticano e proteger os arquivos secretos enquanto ele virá aos Estados Unidos para observar este caso de perto.

A história original foi pensada por Chris Morgan (roteirista de filmes como Celular – Um Grito de Socorro e os três últimos filmes da franquia Velozes & Furiosos) e Christopher Borrelli (roteirista dos filmes Busca Explosiva 2 e Reféns do Mal). Este último escreveu o roteiro em conjunto com Michael C. Martin, mas parece que eles se perderam um pouco na hora de roteirizar esta premissa.

As ideias postas nesta produção acabaram não ficando a contento do que pedia a premissa. Eles, ao escreverem o roteiro, parecem ter tentado aliar dois tipos de filme de terror: o de suspense e o de sustos. Acabaram não conseguindo fazer isto e a produção se perde ao não ser nem um tipo e nem o outro.

A direção de Mark Neveldine (de Gamer e Adrenalina) parece que também não soube como mostrar esta história. O filme tem diferentes enquadramentos e maneiras de filmar ao longo dele, porém ficaram parecendo mais enfeites. Os ângulos diferentes, enquadramentos e outros truques de câmera acabaram não servindo para ajudar a contar a história.

Os atores até que se esforçam para tentar tirar mais do pouco que têm em mãos para trabalhar. Mas alguns até não estão tão bem como são normalmente como é o caso de Michael Peña. Dougray Scott está um pouco canastrão no papel de Roger Holmes. Ele não consegue transmitir o desnorteamento e a preocupação que um pai teria ao não compreender o que está acontecendo com a sua filha. Olivia Taylor Dudley está muito bem no papel da jovem atormentada. Assim, também, como John Patrick Amedori. Ele consegue transmitir o sofrimento de um namorado que não entende o que se passa com a namorada e está tentando ajuda-la de todas as formas.

É uma pena os roteiristas e o diretor não terem conseguido ser bem-sucedidos se perdendo ao tentarem fazer esta história porque a ideia original é boa. A história acabou se mostrando arrastada. Também não souberam direito como encerrá-la. A ideia, parece, seria começar uma franquia, porém, ao não saber como terminar este primeiro filme, eles acabaram, inclusive pondo um inicio de um possível segundo filme no final deste primeiro.

Sequência? Não acho que haverá uma.

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