Críticas

Crítica | O Poder e o Impossível

Quando a gente vê o trailer de um filme com montanha, neve e personagem perdido, já lembra de diversas outras superproduções cinematográficas com esses elementos. Sem querer, a gente passa a inclusive a criar expectativas parecidas às que tivemos com esses outros filmes. Porém, às vezes, erramos.

Baseado em fatos reais, O Poder e o Impossível é um desses filmes que se conclui antecipadamente o final hollywoodiano, mas que apresenta boas surpresas ao longo da narrativa. Aliás, elas, em termos de dramaturgia, jogam o desenlace para segundo plano.

O que chama atenção, que faz a gente continuar assistindo, é a busca pela compreensão da história de um talentoso jogador de hóquei que se tornou dependente químico e perdeu praticamente tudo na vida, a carreira, inclusive.

É este ponto que o filme explica adequadamente em uma linha narrativa central e em outra por meio de flashback. As cenas do passado, da infância de Eric (Josh Hartnett), tem o objetivo de clarear eficientemente o processo de redenção do protagonista.

A intensa pressão paterna por uma carreira esportiva de sucesso, o abandono, as dificuldades de controlar os impulsos e se compreender. Todas essas vulnerabilidades são contadas sem atropelos e com doses generosas de emoção.

Em linhas gerais, O Poder e o Impossível é previsivelmente eficiente porque conta com clichês que o público adora. Spoiler: Um exemplo é quando o piso sob neve racha, o personagem cai em um lago, fica alguns momentos tentando encontrar a cratera e, depois, daquela tensão surge ofegante. Isso faz a gente prender a respiração, mesmo sabendo como será o desfecho da cena.

Quando a gente olha para Hartnett, dá para dizer que captou bem o espírito do personagem e transmite bem para o telespectador. A interpretação é bastante sóbria e em uma das cenas finais, com direito a lágrima e tudo, ele passou emoção com força. Fez quem assiste se identificar, mesmo quem nunca passou por uma situação extrema como aquela.

Apesar de o protagonista gerar empatia com espectador e a história estar toda nele, poderia haver mais personagens carismáticos. Com isso, se Eric não te comover, nada mais no filme vai.

Tecnicamente, a produção é bastante crível. A fotografia e os efeitos especiais, com a neve, são impactantes. Outro ponto alto é a maquiagem realista do personagem protagonista, que passa por um sofrimento físico impressionante.

Os produtores conseguiram transformar a história de O Poder e o Impossível em um produto extremamente comercializável, com começo meio e fim bem claros. É o tipo de filme que o mercado adora e pode, sim, chamar atenção das pessoas no cinema. Mas seria ainda mais bem-sucedido se estivesse já disponível nas plataformas de streaming, por exemplo.

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