Críticas

Crítica | Pedro Coelho

Pedro Coelho chega aos cinemas brasileiros depois de um começo um tanto quanto desastroso no exterior. O filme parece não ter agradado o público, além de ter causado polêmica. O longa, porém, não é de todo mal, e pode sim divertir a criançada. Na história, Pedro Coelho e sua família precisam roubar a horta do Sr. McGregor para se alimentar, o que acaba colocando os roedores em uma porção de desventuras.

A obra da britânica Beatrix Potter vai para a telona sob a direção e roteiro de Will Gluck, acostumado a dirigir comédias não tão infantis, como Amizade Colorida e A Mentira. A direção não falha, porém não se sobressai. Will cumpre seu papel e entrega um filme dinâmico e divertido, que entretém as crianças à moda antiga. Nitidamente inspirado em clássicos da Hanna-Barbera e Looney Tunes, Pedro Coelho traz de volta perseguições na estética Tom & Jerry, o que promete agradar também os pais que forem ao cinema, que serão pegos de surpresa com outras referências da cultura pop dos anos 80, como uma citação sobre a imortalidade de um Highlander.

O que pode causar incômodo, e acabou causando nos Estados Unidos, foi o fato dos heróis da aventura usarem do fato do vilão sofrer de uma alergia alimentar para o atacarem, forçando-o a se auto-injetar uma dose antialérgica e sofrer, enfim, um choque anafilático. Alguns pais saíram do filme revoltados com a brincadeira, alegando que seus filhos entenderiam uma condição de saúde como brincadeira.

O filme tem uma bela fotografia, auxiliada pela beleza natural do interior da Inglaterra, e o enredo acaba por trazer uma noção nostálgica também da vida no campo. É possível dizer que o filme é uma ode à vida fora da cidade grande. Sam Neill está ótimo, mesmo com pouco tempo de tela, e Rose Byrne, que está presente em boa parte do filme, também está bem. O filme também conta com nomes de peso dando voz aos coelhos, como James Corden, Margot Robbie e Daisy Ridley. Mas é Domhnall Gleeson que rouba a cena. Conhecido por filmes onde atua de forma mais dramática, como Frank, Ex Machina, Anna Karenina e até a série Black Mirror, o ator mostra, ainda mais do que mostrou em Star Wars: Os Últimos Jedi, que também tem um talento inestimável para a veia cômica.

O tom realista da animação combina com o longa, fazendo não parecer dissonante os animais antropomórficos que usam roupas em meio ao cotidiano. Onde o filme realmente peca acaba sendo em suas incursões musicais. As músicas originais não são memoráveis de forma nenhuma, e podem até ser um peso durante a uma hora e meia de filme. Ainda assim, Pedro Coelho pode ser um programa em família bom em algum final de semana.

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