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Crítica | O Príncipe do Natal: O Bebê Real

Já se perguntou como seria poder presenciar uma sessão de ultrassom da Princesa Kate Middleton? Ou estar presente no chá de bebê real, enquanto ela abre as caixas de presentes para encontrar uma versão miniatura do uniforme da cavalaria britânica? Já cogitou a ideia de participar de uma aula de Lamaze ao lado da Princesa Meghan Markle? Ou conversar com ela os perigos de se comer sushi durante a gravidez? Isso já se passou na sua cabeça em algum momento?

Se já, talvez seja melhor reavaliar suas prioridades. Se nunca passou pela sua cabeça, mas ainda assim tem aquela pontinha de curiosidade para saber como seriam algumas destas situações, basta assistir a mais “nova” comédia romântica da Netflix, O Príncipe do Natal: O Bebê Real.

Esta é a terceira parte da série de filmes O Príncipe do Natal, iniciada em 2017, e que teve uma continuação no ano passado com O Príncipe do Natal: O Casamento Real. Agora, como diz o mundo tradicional ocidental dos últimos séculos … se casou, vai ter que engravidar!

Desta maneira, o diretor John Schultz – que também dirigiu o enfadonho capítulo anterior – nos leva de volta para a beleza real de Aldovia (país fictício) durante as festas de São Nicolau, enquanto o casal da realeza, Rei Richard (Ben Lamb) e Rainha Amber (Rose McIver), esperam o nascimento de seu primogênito. Ao mesmo tempo, o reinado de Aldovia se prepara para ser o anfitrião de uma tradição centenária, a assinatura do acordo de paz, que é renovado de cem em cem anos, com o país vizinho Penglia (outro nome inventado), do Rei Tai (Kevin Shen) e Rainha Ming (Momo Yeung). Mas, quando os papéis do acordo desaparecem, a união selada no passado se encontra ameaçada, e ainda traz uma maldição que pode recair no ventre da rainha de Aldovia. Amber terá que usar de seus talentos como jornalista para solucionar este caso, até a meia-noite do dia de Natal, e livrar sua família e reinado desta maldição.

Lendo a sinopse pode-se ter a impressão que estamos falando de um mistério daqueles encontrados nos episódios da animação Scooby-Doo. Quem dera fosse!

No fundo, O Príncipe do Natal: O Bebê Real é apenas uma historinha de mistério fantasiada de chá de bebê, ou também, pode ser o contrário. Seja como for, o longa de John Schultz não consegue convencer nem por um lado, nem pelo outro. Foi capaz de ser frouxo em ambas.

Que obras desse tipo possuem um público-alvo definido, já é sabido; que este consome tais filmes que repetem a mesma fórmula, vez após vez, também não é nenhuma novidade. Porém, custa conseguir criar uma história minimamente atrativa? É possível fazer comédias românticas familiares, ao mesmo que proporciona risos, calor, paixão e puro magnetismo com o material.

Alguns exemplos: Um Lugar Chamado Notting Hill, O Diário de Bridget Jones, O Lado Bom da Vida, Simplesmente Amor, Três Vezes Amor, 10 Coisas que Eu Odeio em Você, A Proposta, O Casamento do Meu Melhor Amigo, Amor a Toda Prova, e etc …

Assim, é de se lamentar que longas como este produzido pela Netflix se contentem em apenas relatar pequenos causos da realeza, sem nenhuma fome ou desejo. Tudo é extremamente blasé, ou pior, falsamente encenado.

Desde o primeiro filme de 2017 este é um dos principais problemas, o casal Richard e Amber tem a energia em cena equivalente a um par de ovos cozidos. Ele, ainda tem um passe por representar um membro de família real, onde temos conhecimento do comportamento comedido da nobreza; agora, a jovem Amber se mostra uma personagem completamente desinteressante.

Talvez, fossem necessárias algumas lições com Anne Hathaway – protagonista da série de filmes O Diário da Princesa – para conseguir interpretar alguém de nobreza, sem perder a ternura jubilante da vida cotidiana.

Pior que isso não vai parar por aí. Certamente, existe a possibilidade de continuarmos testemunhando as modorrentas aventuras do Rei Richard e Rainha Amber durante seu reinado em Aldovia por muitos anos ainda, melhor dizendo, por muitos Natais que virão.

É só colocar a sua imaginação para funcionar. Podemos ter ainda: O Príncipe do Natal: A Mamadeira Real; O Primeiro Dente de Leite Real; A Primeira Bicicleta Real; O Sutiã Real; A Adolescência Real, e daí em diante …

Um reinado sem fim!

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