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Crítica | Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você

Dispensável dissertar sobre o enorme sucesso que foi a comédia romântica adolescente Para Todos Os Garotos que Já Amei no ano de 2018. À época, o longa de Susan Johnson, baseado no livro de Jenny Han, tornou-se das grandes sensações da provedora mundial via streaming Netflix. Assim, era mais do que esperado que haveria uma continuação logo em seguida.

Dia 14 de Fevereiro será celebrado o Dia de São Valentim (vulgo Dia dos Namorados em vários países pelo mundo). E, se tem algo que sabemos é que a Netflix não dorme no ponto, desta maneira, Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você se encontra disponível para os assinantes. O próximo Dia de São Valentim promete aconchego, carinho e paixão se depender de Michael Fimognari, que assume o posto de diretor no lugar de Susan Johnson, fazendo sua estreia na posição.

É um novo ano, e Lara Jean (Lana Condor) e Peter Kavinsky (Noah Centineo) não fingem mais ser um casal. Eles são um casal. E, a garota colegial navega por todas as etapas de um começo de relacionamento, tentando balancear as emoções complexas que ocorrem nesta nova fase, e ao mesmo tempo, descobrir quem realmente é. Porém, quando John Ambrose (Jordan Fisher), um dos amores passados de Lara Jean, reaparece em sua vida, surge um dilema: a quem pertence o coração da romântica garota?

Antes de discorrer sobre Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, vale recordar um pouco do filme anterior.

Apesar do grande sucesso, especialmente entre o público jovem feminino, não dava para cravar que a produção de 2018 se encontrava à altura das grandes comédias românticas teen por aí. Só na década de 80 houveram várias, tipo Gatinhas e Gatões, A Garota de Rosa-Shocking, Digam o Que Quiserem, e tantas outras. Contudo, algo se destacava na obra de Johnson, no caso, o jovem galã Noah Centineo (O Date Perfeito, As Panteras).

Queridinho da Netflix, o ator de apenas 23 anos de idade – um Mark Ruffalo mais jovem que frequenta a academia seis vezes por semana – era o que havia de mais solar no filme original. E, continua sendo nesta sequência dirigida por Fimognari. Todavia, houve um crescimento diferente do longa antecessor, trazendo para níveis mais altos o casal protagonista.

Em 2018, se Centineo era calor, Condor era um pouco mais de frieza, agora, a atriz de 22 anos de idade, emparelha-se ao seu par romântico, inclusive, dando um pouco mais de nuance para o seu papel.

Resumindo: Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você é superior ao primeiro, muito por conta de Lana Condor, atriz que caminha por uma performance mais minimalista, ainda assim, cirúrgica na revelação de suas emoções.

Também ocorreu um amadurecimento na trajetória do casal LJ/PK: sai o clima de conto de fadas, entra a realidade de uma relação amorosa, com todas as suas dores e dúvidas, ligeiramente apimentadas pela presença de amores do passado, tanto para a moça, quanto para o moçoilo.

Michael Fimognari, muito experiente como cinematógrafo – com mais de trinta trabalhos no currículo, incluindo o recente Doutor Sono – , mas estreando no cargo da direção, foi capaz de conduzir com clareza as faíscas dos momentos de arrebatamento, assim como os entreveros de um relacionamento novo, respeitando a personalidade de ambas personagens. Sem alarde!

É até passível dizer que a atual produção original Netflix faz uma sutil inclinação para o melodrama romântico mais do que para a típica rom-com hollywoodiana. Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você não é engraçado, mas encantador, e se encontra de tanque cheio para o amor a qualquer hora.

Lembrando, que já está programada uma terceira parte do romance de Lara Jean e Peter Kavinsky, baseada no terceiro livro de Jenny Han chamado ‘Agora e para sempre, Lara Jean’. Já na fase de pós-produção, e novamente dirigido por Michael Fimognari, a obra precisará continuar nesta escala de progressão das personagens se quiser se estabelecer como uma trilogia relevante, mesmo que para um público específico.

Se há um mérito em Para Todos Os Garotos: P.S. Ainda Amo Você, é que nele não encontramos um príncipe encantado, ou uma jovem bela e pura de coração. Não. Aqui, estão pessoas em desenvolvimento, crescendo como indivíduos, e em parceria. Fica a torcida para que os próximos capítulos deste amadurecimento mantenham o encantamento e sedução, adicionando novos ingredientes na receita.

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