Filmes

10 filmes de 2016 que provavelmente serão muito ruins

Todo ano é a mesma coisa: temos aqueles filmes que esperamos muito ansiosamente, e que provavelmente corresponderão às expectativas e não só agradarão a maioria dos fãs como farão um dinheiro quase imoral para os estúdios de onde saíram. Esse ano, estamos falando de Batman Vs Superman, Capitão América: Guerra Civil e X-Men: Apocalipse, além de alguns outros que provavelmente devem dar certo.

Os 16 filmes imperdíveis de 2016

Ao mesmo tempo, há também aqueles filmes que fazem um pouco mais barulho do que deveriam, porque muito obviamente serão terríveis – ainda é possível que alguns dos nossos escolhidos nessa lista façam muito dinheiro para Hollywood, mas nós não te aconselharíamos a ir assisti-los no cinema, é bem possível que seja um dinheiro mal gasto.

Colocamos os filmes em ordem de lançamento, porque mal conseguimos pensar em como um deles pode vir a ser ainda pior do que o outro:

1) Deus Não Está Morto 2 (07 de Abril)

A onda dos filmes religiosos nos EUA, bancados em sua maioria pela fé protestante, que é absurdamente forte por lá, encontraram seu filme-símbolo em Deus Não Está Morto, de 2014, em que Kevin Sorbo (o Hércules da série dos anos 90) interpretava um professor de filosofia cuja aula incluía exigir que seus alunos assinassem uma declaração de que “Deus está morto”, como diria Nietzsche, e um de seus alunos o desafiava para um debate.

Apesar da premissa risível, Deus Não Está Morto fez US$60 milhões em um orçamento de US$2 milhões, e qualquer filme que faça 30 vezes o que custou tem uma continuação garantida em Hollywood. Então cá estamos nós falando de Deus Não Está Morto 2, em que uma professora de ensino médio responde uma pergunta sobre Jesus durante a aula que reafirma sua crença no filho de Deus, e por isso é levada à julgamento (?!) em uma ação que a sinopse do filme define como “expulsar Deus de uma vez da praça pública”.
Quem teve a péssima ideia de estrelar no filme dessa vez foi Melissa Joan Hart, a própria Sabrina, A Aprendiz de Feiticeira, outra estrela televisiva dos anos 90, além de Jesse Metcalfe, conhecido dos fãs de Desperate Housewives. E a fantasia da perseguição aos cristãos continua a todo vapor no cinema.

2) O Caçador e a Rainha do Gelo (28 de Abril)

Não nos leve a mal, é possível (embora improvável), que os efeitos especiais de O Caçador e a Rainha do Gelo, junto com as interpretações de Charlize Theron e Emily Blunt, que são incapazes de entregar uma performance ruim, tornem o filme uma aventura de fantasia divertida.

No entanto, vamos ser sinceros: Branca de Neve e o Caçador, o filme do qual todo mundo se lembra como aquele no qual Kristen Stewart traiu Robert Pattinson com o diretor, precisava de uma continuação? E de uma pré-continuação, ainda por cima? A aposta mal faz sentido financeiramente, visto que o filme fez menos de US$400 milhões no mundo todo em um orçamento que bateu nos quase US$200 milhões.

Na nova trama, vemos o Caçador conhecer sua esposa (Jessica Chastain), que sabemos pelo filme anterior que não sobrevive por muito tempo, e se envolve por algum motivo na briga entre as irmãs rainhas Ravenna (Theron) e Freya (Blunt), essa última a rainha do gelo do título.

Diretor estreante que trabalhava com efeitos especiais e dois roteiristas cujos créditos anteriores incluem filmes das franquias Todo Mundo em Pânico e Se Beber, Não Case, além de continuações direto-para-vídeo de clássicos da Disney, não são perspectivas animadoras.

3) Mother’s Day (29 de Abril)

Garry Marshall merece o nosso respeito. O diretor nova-iorquino está com 81 anos, tem cinco indicações ao Emmy no currículo, e no cinema é responsável pelo clássico Uma Linda Mulher, além de uma série de outras comédias românticas perfeitamente adoráveis. Recentemente, no entanto, Marshall se engajou no que muitos estão chamando de “White People Problems Trilogy” (“Trilogia dos Problemas de Gente Branca”), e Mother’s Day é o novo título de uma série que já explorou outros feriados como a Noite de Ano Novo, no filme de mesmo título de 2011, e o Dia dos Namorados em Idas e Vindas do Amor, de 2010.

A fórmula é reunir um elenco maravilhoso em papeis um tanto medíocres demais para eles, clichês ambulantes que passeiam pelo espírito geral de algum feriado nacional sem deixar muitas marcas no espectador. Dessa vez, a premissa é acompanhar várias mães (entre as quais está listado um pai solteiro, por algum motivo) durante, claro, o Dia das Mães.

Jennifer Aniston, Kate Hudson, Julia Roberts, Jason Sudeikis, Timothy Olyphant, Shay Mitchell, Margo Martindale e Jon Lovitz estão a bordo desse barco furado.

4) Angry Birds: O Filme (12 de Maio)

Um filme baseado no jogo online e aplicativo para celular Anrgy Birds é algo que talvez causasse mais comoção em 2011 ou 2012, quando o jogo estava na crista da onda e deixou todo mundo viciado. O público seguiu em frente e se viciou em outros jogos e aplicativos para celular, cuja mania passou tão rapidamente quanto a de Angry Birds – esse é o ciclo atual de interesse do público, então talvez 2016 seja um pouco tarde para nos trazer a história de uma ilha cheia de pássaros sem asas que é invadida por porcos verdes e precisa combater os invasores. Tarde até para o público infantil.

O elenco de vozes é estrelado e costuma ser hilário em outros papeis, então há algo aí se você quiser ver o filme legendado: Jason Sudeikis, Kate McKinnon, Peter Dinklage, Maya Rudolph, Bill Hader, Josh Gad e Danny McBride estão à bordo. O problema pode ser o roteiro, escrito por Jon Vitti, que assinou os dois primeiros filmes da franquia Alvin e os Esquilos, e a direção das estreantes Clay Kaytis e Fergal Reilly.

Mas vamos para o principal motivo pelo qual Angry Birds dificilmente será um bom filme: você simplesmente não está nem um pouco interessado em assisti-lo.

5) Um Salão do Barulho 3 (19 de Maio)

Terceiro filme de uma franquia cujo segundo capítulo foi lançado há pouco mais de 10 anos, Um Salão do Barulho 3 não se qualifica exatamente como a ressurreição de uma franquia que vai causar nostalgia no público (esse não é um Indepencence Day), nem como uma continuação bem colocada para aproveitar o sucesso modesto, mas significativo, que a série angariou nos outros dois filmes.

Na nova trama passada na Barbearia do Calvin (Ice Cube), o salão abriu espaço para clientes e cabelereiras femininas pela primeira vez, mas a vizinhança ao redor do local andou se deteriorando – cabe à Calvin e amigos salvar o bairro. Dirigido por Malcolm D. Lee (Todo Mundo em Pânico 5) e escrito por Kenya Barris (Black-ish) e Tracy Oliver (Survivor’s Remorse), tudo indicada que Um Salão do Barulho 3 vai ser a entrada mais descartável de uma franquia que nunca foi muito mais que amigável.

O elenco está lotado de quase todos os atores afro-americanos em atividade em Hollywood (Regina Hall, Anthony Anderson, Common, Cedric the Entertainer, etc), além da cantora Nicki Minaj, em seu terceiro papel no cinema.

6) Mike and Dave Need Wedding Dates (28 de Julho)

Um apelo: chega de comédias babacas sobre personagens bitolados e celebrando o “bromance” ou a masculinidade tóxica que vem com ele. Mike and Dave Need Wedding Dates vai ao cúmulo do gênero, se tudo der certo para enterrá-lo por um tempo, ao colocar dois irmãos festeiros e “parceiros de azaração” (para usar um termo bem Malhação) que são intimados pela mãe a arranjar parceiras “decentes” para o casamento de sua irmã.

Os dois resolvem isso colocando um anúncio nos Classificados, mas duas espertinhas feitas por Anna Kendrick (A Escolha Perfeita) e Aubrey Plaza (Parks and Recreation), que são tão “zuonas” quanto os dois irmãos, veem a oportunidade de uma festa de graça na proposta. O triste é que além de Kendrick e Plaza, das quais gostamos muito, o filme ainda recrutou Zac Efron e Adam DeVine, que são ótimos nos papeis certos, como os protagonistas.

Culpe o diretor televisivo Jake Szymanski (Saturday Night Live) e os roteiristas Andrew J. Cohen e Brendan O’Brien, a dupla responsável por Vizinhos e sua continuação, também a ser lançada esse ano, por essa besteira.

7) Nine Lives (05 de Agosto – estreia americana)

Esse ainda não tem uma data de lançamento nos cinemas brasileiros, então talvez a gente consiga escapar da tragédia. Nine Lives provavelmente representa a prova definitiva de que todo mundo precisa pagar as contas de vez em quando: até um superastro com um papel regular em uma das séries mais populares da atualidade, como Kevin Spacey (o próprio Frank Underwood).

No novo filme do diretor Barry Sonnenfeld, que assinou a trilogia Homens de Preto e o terrível As Loucas Aventuras de James West, o vencedor de dois Oscar Spacey interpreta um executivo linha-dura cuja rotina de viciado em trabalho o afastou da família, especialmente da esposa Lara (Jennifer Garner) e da filha Rebecca (Marianne Weissman). Isso é, até ele sofrer um acidente enquanto dirigia para o aniversário da filha com o presente recém-comprado, um gato, e retomar a consciência preso no corpo do felino.

Outro vencedor do Oscar, Christopher Walken (O Franco Atirador, Prenda-me Se For Capaz), está a bordo do projeto, que parece ser meio Soltando os Cachorros, a horrível e fracassada comédia com Tim Allen de 2006, e meio Click – e quando a melhor coisa que se pode dizer de um filme é que ele é “meio Click”, não é um bom sinal.

8) Max Steel (Agosto)

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Sim, você leu certo. E não, nós também não sabíamos que uma versão live-action de Max Steel, aqueles bonequinhos que foram febre durante o começo dos anos 2000, estava sendo produzida. Ainda sem uma data correta definida, Max Steel, o filme, vai seguir a narrativa da série animada mais recente, que vem sendo exibida desde 2013, na qual o adolescente Max McGrath descobre, ao se mudar de cidade, que possui poderes extraordinários.

Com a ajuda de uma entidade alienígena (chamada Steel, aparentemente) que consegue se transformar em várias armaduras diferentes para conter e direcionar o poder de Max, o jovem se reunirá a uma agência de espionagem e batalhará contra super-vilões. O diretor Stewart Hendler vem da elogiada websérie H+, e o roteiro de Christopher Yost (Thor: O Mundo Sombrio).

Ben Whinchell (Finding Carter) assume o papel principal, com Maria Bello (A Múmia: Tumba do Imperador Dragão) e Andy Garcia (Doze Homens e Outro Segredo) como coadjuvantes.

9) Ben-Hur (01 de Setembro)

Existe uma chance pequena de Ben-Hur ser realmente bom. Nós não odiamos o diretor Timur Bekmambetov, muito pelo contrário: somos fãs de Guardiões da Noite (2004) e Guardiões do Dia (2006), sua gloriosamente excêntrica fantasia de terror e comédia sobre vampiros russos, e O Procurado (2008) ainda é irretocavelmente cool mesmo oito anos depois do seu lançamento. O problema é que o cineasta em muitos momentos coloca estilo sobre substância, e Ben-Hur não é a história certa para se fazer isso.

A versão mais famosa do livro de Lew Wallace foi feita em 1959 por William Wyler, e venceu nada menos que 11 Oscar, marca igualada por Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, mas nunca superada. Largamente considerado um dos grandes filmes de todos os tempos, Ben-Hur, o de 1959, tem cenas de corrida e ação de tirar o fôlego (para qualquer época), mas a história e a relação entre seu protagonista e seu antagonista são o que falam mais alto.

Judah Ben-Hur (Jack Huston, de Trapaça, nessa nova versão) é um nobre judeu cujo melhor amigo, o romano Messala (Toby Kebbell, de Quarteto Fantástico), acaba o prendendo por um crime que ele sabe que o amigo não cometeu. Em busca de vingança, Ben-Hur entra em uma competição brutal de corrida de bigas (espécie de carruagens ultra-rápidas) cujo lema é “primeiro na linha de chegada, último a morrer”. O trailer promete efeitos especiais, barulho e visual sujo, o que é exatamente o que esperamos de Bekmambetov, e exatamente o que não queremos de uma nova versão de Ben-Hur.

10) Anjos da Noite: A Próxima Geração (20 de Outubro)

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Esse é o quinto filme da franquia Anjos da Noite. Com a exceção talvez de Transformers e Alvin e os Esquilos, é improvável que existe por aí uma franquia de grande porte que seja mais desnecessária. Ainda assim, o último filme da série, Anjos da Noite: O Despertar (2012), foi o mais bem sucedido até hoje, e o estúdio está pronto para apostar em um crescimento ainda maior para essa continuação prevista para chegar esse ano.

Alardeado como o último capítulo (mas nós sabemos que se a aposta der certo financeiramente não vai ser bem assim), Próxima Geração vê os vampiros e lycans recuperando suas forças e a raça mista que vimos surgir desde o primeiro filme se metendo no meio da guerra. Kate Beckinsale retorna como Selene, Theo James (Divergente) está a bordo como David, e Chales Dance (Game of Thrones) faz o vilão Thomas.

A esperança aqui é que Anna Foerster assinou para dirigir o filme. A diretora, que acumula créditos prestigiados em séries de TV como Madam Secretary, Outlander e Criminal Minds, pode trazer sangue novo para uma franquia que desesperadamente precisa dela.

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