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Relembre as cenas mais chocantes das novelas brasileiras

Foi-se o tempo que as novelas de televisão tinham fama de narrativa “água com açúcar”. O folhetins de hoje em dia, sobretudo no Brasil, destacam-se pela ousadia cada vez maior no trato dos mais variados temas, mesmo aqueles com grande potencial de chocar o público.

Que o diga “O Rico e Lázaro”, atual trama bíblica da Record. A história de Paula Richard, que se despede da audiência amanhã (terça-feira, 21), impressionou a muitos com a exibição, no capítulo da última quinta (16), da morte por decapitação do personagem Belsazar (Marcelo Arnal).

O diretor do folhetim, Edgard Miranda, contou ter se inspirado no cineasta Quentin Tarantino para rodar a sequência, que surpreendeu pelo alto grau de realismo – e de sangue. “Achei bacana retratar esse combate, que era bastante comum à época [em que se passa a história]”, explicou, em entrevista ao portal UOL.

Seja como for, o fato é que o trecho de “O Rico e Lázaro” entra, sem sombra de dúvida, para a galeria das cenas mais chocantes da história recente das novelas brasileiras. A seguir, relembre outras novelas que também deixaram o telespectador de olhos arregalados na frente da telinha.

Cortina de Vidro

O ano era 1990, e o hoje consagrado autor global Walcyr Carrasco escrevia, para o SBT, seu primeiro trabalho como novelista. Protagonizada por Herson Capri, Betty Gofman e Sandra Annenberg (sim, a apresentadora do Jornal Hoje, aventurando-se como atriz), Cortina de Vidro foi um retumbante fracasso de audiência.

Ainda assim, a obra garantiu seu lugar na história da teledramaturgia local, com uma ousadia até então inédita – e, mesmo hoje, poucas vezes repetida -: o estupro cometido pelo vilão Arnon Balakian (Antônio Abujamra, foto abaixo, à direita) contra a própria filha, Michelle (Carola Scarpa, à esquerda), em um dos episódios finais da história.

cortina de vidro

Xica da Silva

Outra trama de Walcyr Carrasco – desta vez, na rede Manchete, e sob o pseudônimo de Adamo Angel – que deixou boa parte da audiência mais “conservadora” de queixo caído com sua alta carga de erotismo e violência.

Um antigo costume do século XVIII (18) foi retratado através da morte de Maria (Zezé Motta), mãe da protagonista Xica (Taís Araújo). A escrava negra era punida em praça pública, tendo os braços e pernas amarrados a quatro cavalos, os quais, assustados com um disparo intencional de arma de fogo, corriam em direções opostas e esquartejavam o corpo dela em praça pública. Que horror, não?

Mulheres Apaixonadas

Em 2003, Manoel Carlos entregou um de seus trabalhos mais inspirados no horário nobre da Globo. Mais do que pelo melodrama em si, Mulheres Apaixonadas marcou pela forma crua e responsável com que retratou diversas temáticas de interesse social.

Uma delas foi a violência doméstica, drama vivido pela professora de educação física Raquel (Helena Ranaldi). Ela se mudava para o Rio de Janeiro na tentativa de fugir do ex-marido violento, Marcos (Dan Stulbach), mas não demorava a ser encontrada por ele e tornar-se novamente vítima de uma série de investidas cruéis do maníaco.

Os abusos retratados nesse núcleo atingem seu ápice quando Marcos espanca Raquel, nua, com uma raquete, objeto que a moça usava para dar aulas.

O Outro Lado do Paraíso

A violência conjugal, mais uma vez, foi destaque na recém-iniciada novela do horário nobre da Globo. Desta vez, porém, no núcleo principal da história.

Antes todo gentil com a futura esposa, Clara (Bianca Bin), o mauricinho Gael (Sérgio Guizé) mostra sua verdadeira face ao agredi-la e estuprá-la em plena noite de núpcias. Ele, é claro, promete nunca mais repetir a covardia, mas pouco depois, em uma absurda crise de ciúmes, volta a bater na esposa e chega ao cúmulo de quebrar seu braço ao atirá-la escada abaixo.

A Vida da Gente

O acidente de Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano) marca o encerramento da primeira fase da trama de estreia de Lícia Manzo, um sucesso da faixa das 18h da Globo.

As duas irmãs são atingidas por um caminhão em plena estrada – acompanhadas da filhinha de poucos meses de Ana, Júlia -, com tamanho impacto que o carro onde viajam é atirado ao mar.

Extremamente bem executada, a sequência seguinte mostra as três passageiras submersas dentro do veículo e Manuela, a única consciente, diante de uma escolha inimaginável: salvar a irmã que tanto ama ou a sobrinha quase recém-nascida.

Amor e Revolução

A trama de Tiago Santiago no SBT, que abordou os chamados “anos de chumbo” da política brasileira, retratou sem pudores as torturas cometidas por representantes da Ditadura Militar contra civis que protestavam contra o governo.

Nenhuma delas, porém, indignou tanto a audiência como a praticada pelo general Filinto Guerra (Nico Puig) contra a própria esposa, Olívia (Patrícia de Sabrit, foto abaixo). Ao saber que ela havia enviado à imprensa um dossiê sobre o grupo de caça aos comunistas, chefiado por ele, o vilão se sente traído e tortura Olívia sem piedade, dando-lhes choques elétrica, apagando um cigarro em seu corpo e a aterrorizando psicologicamente com requintes de crueldade. Ao final, Filinto dispara várias vezes contra a esposa e a deixa para morrer.

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Verdades Secretas

Na novela das 23h vencedora do Emmy Internacional 2016, Walcyr Carrasco – ele mais uma vez – foi feliz na construção crua e sem meios termos do drama de Larissa (Grazi Massafera), modelo e garota de programa que tem a vida destruída pelo vício em crack.

As cenas em que a jovem se prostitui na cracolândia, em troca de pedras para a si e para o namorado, Roy (Flávio Tolezani), também viciado, já eram por si sós bastante chocantes. O ápice desse drama, porém, aconteceu quando Larissa, ludibriada por um grupo de viciados que lhe prometiam drogas, acabou vítima de um violento estupro coletivo.

O desfecho da situação mostra a personagem, cansada dessa rotina sub-humana, pede ajuda em desespero a um grupo de missionários evangélicos para se livrar da adicção.

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