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The Crown: o que é verdade e no que a Netflix mentiu para você na 3ª temporada

A 3ª temporada de The Crown estreou na última semana e trouxe um elenco completamente diferente para uma nova fase do reinado de Elizabeth II. Agora, a série é protagonizada por Olivia Colman, Tobias Menzies e Helena Bonham Carter.

The Crown é conhecida pela extensa pesquisa histórica realizada pelos criadores, que tentam pautar a maioria das tramas em eventos da vida real. No entanto, para uma maior fluidez narrativa, alguns aspectos da história da Rainha da Inglaterra foram modificados ou inventados.

Confira abaixo o que é real e o que é fictício na 3ª temporada de The Crown!

Verdade: A viagem de Margaret

No segundo episódio da 3ª temporada de The Crown, Helena Bonham Carter dá um show como a Princesa Margaret em sua viagem para os Estados Unidos. A irmã de Elizabeth realmente fez sucesso no país, e conquistou uma legião de fãs. Quando estava em Hollywood, Margaret participou de festas com os grandes figurões do cinema, e realmente foi convidada para um jantar na Casa Branca do presidente Lyndon B. Johnson.

Margaret encantou os americanos, e a festa presidencial se transformou em um jantar dançante e animado. A importância da Princesa em relação ao acordo econômico entre os EUA e o Reino Unido, no entanto, foi exagerada por motivos narrativos.

Ficção: Príncipe Charles e o Duque de Windsor

Na terceira temporada de The Crown, os filhos de Elizabeth ganham mais destaque. O Príncipe Charles, por exemplo, começa a desenvolver seu relacionamento com Camila Shand (que depois virou Camilla Parker-Bowles). O herdeiro real também aparece trocando cartas com o Duque de Windsor, seu tio-avô que abdicou ao trono, o que realmente aconteceu na vida real.

A cena em que Charles confessa seus sentimentos por Camilla para o Duque, no entanto, é completamente fictícia. O Duque de Windsor morreu em maio de 1972, e a relação de Charles e Camilla só começou no final do mesmo ano.

Verdade: O Primeiro Ministro

Logo no episódio de estreia, The Crown introduz um novo personagem: o Primeiro Ministro Harold Wilson. O político ocupou a posição em dois mandatos, de 1964 a 1970 e 1974 a 1976. Durante sua administração, Wilson investiu na implementação de política progressistas que foram essenciais para a modernização da Inglaterra e a criação de uma sociedade mais justa.

O governo de Wilson acabou com a pena de morte, começou a descriminalização da homossexualidade, legalizou o abortou e melhorou as condições as mulheres no mercado de trabalho.

Ficção: Elizabeth e Churchill

Também no primeiro episódio da 3ª temporada de The Crown, a Rainha Elizabeth visita Winston Churchill em seu leito de morte e dá um beijo na testa do grande estadista. O momento, no entanto, não aconteceu na vida real.

Segundo o historiador Robert Lacey, a cena foi “inventada para mostrar o quão íntima era a relação de Churchill com a Rainha”. O primeiro ministro foi uma das grandes figuras paternas da vida da monarca, e o momento ajudou a estabelecer o significado de Churchill para a protagonista.

Verdade: O espião

Um dos momentos mais interessantes da 3ª temporada de The Crown é a história do Sir Anthony Blunt, apresentado como um espião soviético no primeiro episódio. Tudo isso realmente aconteceu na vida real.

Blunt simpatizou com os Soviéticos enquanto estudava na Universidade, junto com vários outros estudiosos ingleses. Depois da formatura, Blunt se tornou um membro do MI5, a agência de segurança doméstica da Inglaterra. No novo posto, ele teve acesso a vários segredos de estado e os compartilhou com a União Soviética. Depois da Segunda Guerra, Blunt se tornou o responsável pelas pinturas da Rainha e do Palácio de Buckingham.

Em 1964, Blunt foi denunciado, mas trocou imunidade por informação e continuou a serviço da Rainha até 1972.

Ficção: O relacionamento de Phillip e Alice

Em um dos episódios mais emocionantes da 3ª temporada de The Crown, o público conhece a Princesa Alice, a mãe idosa e excêntrica do Príncipe Phillip. Na série, o relacionamento dos dois é bastante complicado, principalmente pelos problemas mentais de Alice e a infância tumultuada de Phillip. O marido de Elizabeth é contra a ida da mãe à Inglaterra, e só muda de ideia por um pedido de sua filha Anne e pela possibilidade de um golpe de estado na Grécia.

Na vida real, a infância de Phillip realmente foi conturbada, e Alice sofria com problemas mentais. O relacionamento dos dois, no entanto, era bem mais tranquilo. O Príncipe Phillip tinha o costume de visitar a mãe com frequência, levando-a de um lugar para o outro de avião.

Além disso, o próprio Duque de Edimburgo insistiu que a mãe se mudasse para a casa da família em Londres, não a princesa Anne.

Verdade: O Desastre de Aberfan

Em 21 de outubro de 1966, uma montanha de carvão entrou em colapso na vila galesa de Aberfan. O desastre tirou as vidas de 28 adultos e 116 crianças. A série dramatiza os terríveis eventos em detalhes minuciosos, incluindo cenas de professores tentando salvar crianças soterradas. Infelizmente, tudo isso aconteceu na vida real.

Uma das maiores controvérsias envolvendo o Desastre de Aberfan foi a reação da Rainha, que demorou para visitar o local do acidente. Lord Snowden e o Príncipe Phillip foram enviados em seu lugar, e a Rainha só fez sua primeira aparição pública 8 dias depois das mortes. Segundo biógrafos de Elizabeth, esse é até hoje um de seus maiores arrependimentos pessoais.

Ficção: A entrevista da Princesa Alice

A entrevista da Princesa Alice com o jornalista John Armstrong é uma trama completamente fictícia. Nada parecido com a conversa da mãe de Phillip com Armstrong aconteceu na vida real.

A Princesa Alice era uma pessoa extremamente reservada, e raramente falava com a imprensa. O personagem de John Armstrong também é fictício, se caracterizando apenas como uma ferramenta narrativa com o objetivo de mostrar ao público um olhar mais profundo sobre a vida particular da personagem.

A 3ª temporada de The Crown está disponível na Netflix.

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