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Polêmicas: as séries que deram a maior dor de cabeça para a Netflix

Com um catálogo de milhares de filmes e séries, é claro que certas produções da Netflix seriam alvos de críticas e boicotes. Principalmente pelas redes sociais, qualquer mídia está aberta a interpretações divergentes, e pode causar impacto importante na vida real.

Por tramas irresponsáveis, erros históricos e gafes monumentais, alguns projetos da plataforma causaram bem mais polêmica do que era esperado.

Confira abaixo as séries e filmes que deram mais dor de cabeça para a Netflix:

Stranger Things

Stranger Things é (discutivelmente) o maior sucesso da Netflix, contando com 3 temporadas extremamente elogiadas por público e crítica. No entanto, nem só de aclamação vive a história de Eleven e os jovens de Hawkins, Indiana. Neste ano, a Netflix foi alvo de uma campanha a organização Truth Initiative, um grupo anti-tabagista, que afirmou que a maneira com a plataforma retrata o fumo em uma série voltada para jovens é irresponsável. Segundo o grupo, as referências e cenas envolvendo cigarro na série, que vale lembrar é ambientada nos anos 80, dobraram da primeira temporada para a segunda. Após as críticas, a Netflix afirmou que vai se comprometer a diminuir as cenas de fumo em suas produções.

Insaciável

Insaciável foi detonada em sua primeira temporada por seu humor politicamente incorreto e geralmente sem graça. A série acompanha a história de uma garota gorda que passa por uma complicação médica e acaba emagrecendo e retornando à escola para se vingar. Criticada principalmente pela maneira insensível que lida com temas como excesso de peso e bullying, a produção foi acusada de passar mensagens perigosas para o público adolescente e incentivar distúrbios alimentares como bulimia e anorexia. Mesmo sendo uma das séries mais criticadas da Netflix, Insaciável foi renovada para a segunda temporada.

Travelers

Travelers é uma série canadense de ficção científica, cujas 3 temporadas foram lançadas pela Netflix entre 2016 e 2018. Com uma premissa simples de viagem no tempo e transferência de consciência no decorrer da história, a série foi criticada por um detalhe pontual, que também causou polêmica no filme Bird Box. Assim como o longa, a série utilizou cenas reais do desastre de Lac-Mègantic em sua trama, sem demonstrar de onde vieram as imagens. A tragédia aconteceu em 2013 no Canadá, quando um trem de carga com mais de 70 vagões carregados com petróleo e derivados descarrilou-se e causou uma explosão no centro da cidade de Lac-Mégantic que matou 47 pessoas. Após as críticas, a Netflix pediu desculpas e trocou as cenas nas duas produções.

House of Cards

A polêmica de House of Cards é bem conhecida pelo público. A pioneira produção da Netfix sofreu um enorme baque com as várias acusações de abuso e assédio sexual envolvendo Kevin Spacey, que na época interpretava o protagonista Frank Underwood. A plataforma respondeu ao escândalo com firmeza e seriedade, demitindo o ator da produção e elevando Robin Wright ao posto de personagem principal, na pele de Claire Underwood. Mesmo assim, a série contou com apenas uma temporada final após a demissão de Kevin Spacey.

Lucifer

Lucifer era originalmente da Fox, mas passou a ser uma produção original da Netflix após a plataforma salvar a série do cancelamento. Baseada no personagem das HQs da Vertigo, a série é focada em Lucifer, o Rei do Inferno que resolve tirar umas férias na Terra e passa a trabalhar como consultor da polícia de Los Angeles. Sucesso com o público, a série obviamente não foi vista com bons olhos por evangélicos e cristãos mais exaltados. A Associação Americana da Família e o site One Million Moms lançaram uma petição para impedir a exibição da série, afirmando que a produção “glorifica Satã como uma pessoa carismática e gentil em pele humana”. O bizarro documento que pedia pela censura da série foi assinado por cerca de 134 mil pessoas. Neil Gaiman, o criador do personagem, ironizou a reação em sua página no Tumblr, relatando que um grupo semelhante também havia lutado pela censura de sua obra Sandman em 1991, devido à presença de personagens LGBTQ. A petição contra Lucifer não impediu a exibição da série, e só serviu para atrair ainda mais publicidade para a atração.

Jinn

Jinn quase causou um verdadeiro incidente internacional! O drama teen sobrenatural foi produzido na Jordânia, e acompanha a história de um grupo de adolescentes que acidentalmente invocam demônios perigosos durante uma viagem escolar. Como a série é ambientada em um mundo adolescente, os personagens bebem, fumam, falam sobre sexo e começam a desenvolver suas vidas amorosas. A caracterização dos personagens e temas abordados desagradou inúmeras figuras conservadoras do país, cuja maioria da população é islâmica. Mohammed Khalailehd, o maior especialista do país na lei islâmica afirmou que a série é “uma ruptura moral que não representa os hábitos e valores da população da Jordânia”. De acordo com o site Roya News, até mesmo o parlamento do país fez uma reunião para discutir a polêmica e pedir a censura da série no país. Os atores e equipe de produção foram vítimas de ataques na internet, e a Netflix lamentou o ocorrido e manifestou apoio aos envolvidos. Jinn contou com apenas uma temporada de 5 episódios.

Atypical

Embora tenha feito sucesso com o público, Atypical foi muito criticada por publicações especializadas e entidades de apoio à pessoas com transtornos mentais. Atypical conta a história de Sam Gardner, um jovem com autismo e sua relação com a família, amigos e sociedade. Segundo especialistas consultados por sites como The Telegraph e Teen Vogue, a caracterização do autismo na primeira temporada foi “estereotipada”, “clichê” e “irreal”. Além disso, a ausência de atores que realmente sofrem com autismo também foi questionada. A segunda temporada melhorou estes aspectos, e foi elogiada por seu comprometimento e atenção às críticas.

The Crown

The Crown é uma das séries mais bem sucedidas da Netflix, mesmo tendo também uma das mais caras da plataforma. Aclamada por público e crítica e premiada com Emmys, Globos de Ouro e outros reconhecimentos, a série foca na vida e reinado da Rainha Elizabeth II, atual monarca do Reino Unido. No ano passado, a série se envolveu em uma polêmica relacionada à disparidade salarial entre atores e atrizes. Foi noticiado que Matt Smith, que interpretou o Príncipe Philip, ganhava mais que Claire Foy, que viveu a protagonista Elizabeth. Foy ganhou 40 mil dólares por episódio, e o salário de Smith não foi revelado. Os produtores da série pediram desculpas e afirmaram que a próxima atriz escolhida para interpretar a Rainha receberia um salário igual ou superior ao do novo Príncipe Philip. Na próxima temporada de The Crown, o casal Real será interpretado por Olivia Colman e Tobias Menzies.

13 Reasons Why

Talvez a maior polêmica que a Netflix já se envolveu seja a de 13 Reasons Why. A série é uma das mais vistas da plataforma, e conta a história do suicídio da jovem Hannah Baker e suas repercussões em sua família e amigos. Na primeira temporada da série, a cena em que a protagonista comete o ato final foi extremamente criticada pela maneira irresponsável como trata o tema. A sequência mostra em detalhes Hannah cortando seus pulsos e sangrando até morrer em uma banheira. Segundo especialistas e organizações de apoio à saúde mental, a cena “glamourizou” o suicídio e pode incentivar adolescentes a fazerem o mesmo. Segundo um estudo publicado pelo Centro de Controle de Doenças do Estados Unidos, o número de suicídios entre crianças e adolescentes (de 10 a 17 anos) no país aumentou 28.9% nos meses subsequentes ao lançamento da série. Embora a pesquisa não tenha afirmado que a série é a razão principal desse aumento, a Netflix reconheceu seu erro e modificou a cena no episódio em questão. Mesmo assim, a plataforma parece não ter aprendido. A segunda temporada da série também foi bastante criticada por uma cena explícita de violência sexual e homofobia.

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